quinta-feira, 13 de março de 2008
Núcleo de Mercúrio é líquido
Investigadores norte-americanos determinaram que o núcleo de Mercúrio é líquido, utilizando uma técnica semelhante à usada pelos cozinheiros para saber se um ovo está cru ou cozido, indica um estudo divulgado pela revista Science.
Uma equipa de cientistas da Universidade de Cornell, nos Estados Unidos, dirigida pelo professor de astronomia Jean-Luc Margot, observou durante cinco anos pequeníssimas variações da rotação de Mercúrio na sua órbita em volta do Sol.
Essas oscilações longitudinais, chamadas librações, resultam do efeito da gravidade solar na forma ligeiramente assimétrica do planeta. Os investigadores determinaram que a magnitude das librações era o dobro da que seria de esperar num corpo totalmente sólido, o que só se explica se o seu interior for líquido e não rodar juntamente com a camada exterior.
Os cozinheiros determinam se um ovo está cru ou cozido fazendo-o girar: está cozido se a rotação for uniforme e cru se for irregular.
Os astrónomos estudaram os movimentos de Mercúrio através de telescópios instalados na Califórnia, Porto Rico e Virgínia Ocidental. Enviaram potentes sinais para o planeta e observaram os seus ecos, que configuraram um padrão único de manchas que reflectiam a irregularidade da superfície do planeta em locais muito separados. Ao medirem quando tempo cada padrão de mancha demorou a produzir-se em diferentes locais, foram capazes de calcular a velocidade de rotação de Mercúrio com uma exactidão de uma parte em 100.000.
A possibilidade do núcleo de Mercúrio ser líquido explica a inesperada descoberta, há vários anos, de que Mercúrio tem um pequeno campo magnético e reforça a teoria de que a massa interna do planeta é principalmente constituída por enxofre.
Aquela descoberta, graças à sonda "Mariner 10", surpreendeu os astrónomos por julgarem que o núcleo do planeta, dado ao seu pequeno tamanho, estaria há muito tempo solidificado. Prevê-se que uma sonda lançada pela NASA em 2004, a "Messenger", faça a sua primeira aproximação de Mercúrio em 2008 e comece a orbitar o planeta em 2011. "Esperamos que a Messenger esclareça outras questões que não podemos solucionar na Terra", afirmou Jean-Luc Margot.
fonte: sic online
terça-feira, 11 de março de 2008
Lua de Saturno poderá ter anéis

Reia, a segunda maior lua de Saturno, poderá ter pelo menos um anel, algo nunca observado noutras luas, sugere um estudo de uma equipa internacional de astrónomos baseado em observações da sonda euro-americana Cassini.
Segundo um trabalho, publicado na revista Science, pelo menos um disco de materiais foi detectado pelos seis instrumentos da sonda especificamente concebidos para estudar as atmosferas e as partículas em torno de Saturno e das suas luas. Esta será a primeira vez que se observam anéis em volta de uma lua.
"Até agora pensava-se que só os planetas tinham anéis. Agora temos uma lua de Saturno que parece ser uma versão em miniatura do seu muito mais ornamentado parente", disse Geraint Jones, cientista da missão Cassini e principal autor do estudo.
"Os astrónomos vão poder assim compreender melhor como se formam os planetas", acrescentou o cientista, que começou a trabalhar neste projecto no Instituto Max Planck, na Alemanha, e está agora no Mullard Space Science Laboratory no University College de Londres, no Reino Unido.
Os quatro maiores planetas do Sistema Solar (Júpiter, Neptuno, Saturno e Urano) têm todos anéis e é provável que a Terra também tenha tido um no princípio da sua história, há vários mil milhões de anos, segundo este astrónomo. Reia tem um diâmetro de
Uma outra nuvem de poeira poderá estender-se por mais de
Fonte: ciencia hoje
quinta-feira, 6 de março de 2008
Hardware português a bordo do laboratório da ESA Columbus já está a funcionar

do laboratório Columbus da ESA
O EuTEMP, desenvolvido pela empresa portuguesa EFACEC, foi montado na parte externa do módulo europeu da Estação Espacial Internacional (ISS) Columbus, para monitorizar autonomamente a temperatura na Plataforma de Experiências Externa da ESA (EuTEF - European Technology Exposure Facility), dedicada à demonstração em órbita de tecnologias espaciais. O EuTEMP é uma unidade de medida e aquisição de temperatura de pequenas dimensões, autónoma e alimentada por baterias, que foi construída de modo a resistir a temperaturas extremas do ambiente espacial, pelo menos durante diversos dias após o seu lançamento.
O papel do EuTEMP está a ser fundamental durante a instalação do EuTEF no módulo Columbus. Nesta altura ocorre uma fase crítica, chamada fase de transferência, onde os aquecedores estão desligados e o controlo térmico só pode ser feito por meios passivos. Durante esta fase a temperatura pode descer a valores muito baixos. O ambiente espacial é muito agressivo devido à ausência de atmosfera e gravidade, e aos níveis de radiações solares. As temperaturas podem variar rapidamente desde extremanente frias (- 140º C), quando os equipamentos estão á sombra (em eclipse), até 400º C, quando expostos ao Sol.
Apesar das simulações que têm em consideração os fluxos térmicos, as características de emissibilidade das superfícies e a inércia térmica das massas, podem surgir situações imprevisíveis. Há por isso a necessidade de monitorizar as temperaturas dos vários instrumentos da plataforma EuTEF.